Atividade física faz bem à saúde e ajuda na prevenção do câncer
- por Oncocentro Curitiba
Talvez você já tenha lido ou ouvido à exaustão que atividade física faz bem à saúde e ajuda, inclusive, a prevenir o câncer.
Mas por que exatamente, os exercícios têm toda essa influência sobre a doença? Na verdade, não há ainda uma resposta fechada para este assunto, mas as teorias mais plausíveis destacam que a prática diária tem impacto em duas frentes: no bloqueio e redução da carcinogênese do tumor, ou seja, na formação e progressão tumoral, e também na angiogênese, que é a proliferação dos vasos que nutrem o tumor (eles só crescem na dependência da formação desses vasos).
O exercício diário também diminui a inflamação do organismo, e isso é ótimo, porque o câncer gosta muito de ambientes inflamatórios.
Outra boa notícia é que a prática de atividades tem relação direta com a redução do risco de recidiva (reaparecimento) do câncer. Um estudo publicado no periódico JAMA demonstrou que aqueles que passaram a caminhar por pelo menos 30 minutos, em média cinco vezes por semana, na velocidade de cinco a seis quilômetros por hora, ou fizeram exercícios equivalentes, apresentaram cerca de 60% de redução do risco de recidiva da doença, menor mortalidade por câncer de mama e menor probabilidade de morrer por outras causas.
Engana-se quem acredita que o paciente com câncer precisa ficar de repouso absoluto e está isento de praticar exercícios. Se a pessoa tiver uma capacidade funcional boa e sem doença crônica associada, exercícios aeróbicos são uma boa pedida. A caminhada é o exercício mais democrático que existe. A intensidade tem que ser de mínima a moderada, ou seja, andando como se estivesse atrasado e começando a suar. Mas, ainda assim, a pessoa pode dançar, pedalar, nadar. Mas mesmo para exercícios básicos assim, é fundamental ter o aval do médico oncologista.
Quando NÃO é recomendado realizar atividade física?
Quando o paciente estiver com uma anemia muito acentuada, já que esse paciente tem deficiência de hemoglobina, responsável por transportar o oxigênio pelo organismo. Outra situação é quando o nível de plaquetas (células sanguíneas que têm função de cicatrização e coagulação) está muito baixo (mas baixo, mesmo, em torno de 20 mil, quando o normal é de 150 a 350 mil). Os estudos clínicos vão nos mostrando as margens de segurança. Antigamente, se trabalhava com índices em torno de 50 mil. Hoje em dia a recomendação fica na casa dos 20 mil. Mas algumas pesquisas atualmente apontam que com até 10 mil plaquetas ainda há segurança para executar a atividade de maneira controlada. Na verdade, as poucas plaquetas que restam são muito efetivas
Mas mesmo nesses casos extremos, algum nível de atividade ainda deve ser mantido, como escovar os dentes, tomar banho, caminhadas curtas (dependo da mobilidade do paciente), pois a inatividade completa pode levar a quadros de perda de massa magra, óssea e depressão.
Em situações em que a pessoa possui metástases ósseas, dependendo da localização e do tipo de dor, o exercício também fica contraindicado.
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