Psoríase tem cura?

por Oncocentro Curitiba

A psoríase é uma doença inflamatória da pele, autoimune, não contagiosa e sem cura. É bastante comum e se caracteriza por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em placas no couro cabeludo, cotovelos, joelhos, pés, mãos, unhas, região genital ou por todo corpo.

A extensão da psoríase varia de pequenas lesões localizadas até o comprometimento de toda a pele.

Por ser uma doença autoimune, a psoríase faz com que o organismo ataque a ele mesmo - e esse ataque pode ser recorrente.

Ela tem gravidade variável, podendo apresentar desde formas leves e facilmente tratáveis até casos muito extensos, que levam à incapacidade física, acometendo também as articulações.

Tipos

São vários os tipos de psoríase, que se apresentam e também são tratados de formas diferentes. Dentre eles estão:

Psoríase Vulgar ou em placas

É a forma mais comum da doença, caracterizada por lesões de tamanhos variados, delimitadas e avermelhadas, com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas que surgem no couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

Algumas vezes elas podem coçar, causar dor e atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais e dentro da boca do paciente. Nos casos considerados mais graves, a pele ao redor das articulações pode rachar e sangrar.

Psoríase Invertida

Psoríase invertida é caracterizada por manchas inflamadas e vermelhas que atingem, principalmente, as áreas mais úmidas do corpo, onde normalmente se formam dobras, como nas axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos órgãos genitais.

No caso de pessoas com obesidade, esse tipo de psoríase pode ser agravado; da mesma forma quando há sudorese excessiva e atrito na região.

Psoríase Gutata

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, este tipo da doença é mais comum entre crianças e jovens com menos de 30 anos.

A psoríase gutata geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta, por exemplo.

São formadas pequenas feridas, em forma de gota, que são cobertas por uma fina “escama”. Normalmente aparecem no tronco, pernas, braços e couro cabeludo.

É o tipo de psoríase que afeta os dedos e unhas das mãos e dos pés. Ela faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse e escame, perca a cor, surgindo depressões puntiformes ou manchas amareladas. Em alguns casos a unha acaba por se descolar da carne ou esfarelar.

Psoríase Pustulosa

Esta é uma forma rara de psoríase, em que podem aparecer manchas em todas as partes do corpo ou se concentrar em áreas menores, como pés e mãos. Elas se desenvolvem rapidamente, formando bolhas cheias de pus poucas horas depois da pele se tornar vermelha.

Essas bolhas normalmente secam dentro de um ou dois dias, mas podem reaparecer durante vários dias ou semanas, ocasionando febre, calafrios, fadiga e coceira intensa.

Psoríase Eritrodérmica

É o tipo menos comum das psoríases, com lesões generalizadas em 75% do corpo ou mais, com manchas vermelhas que podem coçar ou arder de forma intensa, levando a manifestações sistêmicas.

São vários os fatores que podem desencadear este tipo de psoríase, dentre eles tratamentos intempestivos com o uso ou retirada abrupta de corticosteroides, infecções, queimaduras graves, ou outro tipo de psoríase que foi mal controlada.

Psoríase Artropática ou Artrite Psoriásica

Este tipo da doença pode estar relacionada a qualquer forma clínica da psoríase e, além de apresentar inflamação na pele e descamação, a psoríase artropática ou artrite psoriásica, também é caracterizada por fortes dores nas articulações e pode causar rigidez progressiva.

Psoríase Palmo-plantar

As lesões aparecem como fissuras nas palmas das mãos e nas solas dos pés.

Causas

Não se sabe a causa exata da psoríase. O que se acredita até agora é que em nosso sistema imunológico existe uma célula conhecida como célula T, que percorre todo o corpo humano em busca de elementos estranhos, como vírus e bactérias, com o intuito de combatê-los. Se a pessoa tem psoríase, as células T acabam atacando células saudáveis da pele, como se fosse para cicatrizar uma ferida ou tratar uma infecção.

Isso costuma trazer várias consequências, como a dilatação de vasos sanguíneos e o aumento no número de glóbulos brancos, que avançam para camadas mais externas da pele de forma muito rápida, provocando lesões avermelhadas.

Trata-se de um ciclo ininterrupto, que só tem fim com o tratamento adequado.

Acredita-se que a genética tenha um papel determinante em boa parte dos casos de psoríase, mas que fatores ambientais também estejam envolvidos.

Uma em cada 3 pessoas com psoríase relata ter um parente com a doença e se acredita que até 10% da população geral possa herdar um ou mais genes que predisponham o desenvolvimento da psoríase.

No entanto, somente 2% a 3% de fato desenvolvem a doença. Alguns fatores que podem desencadear em psoríase, são:

  • • Infecções de garganta e de pele
  • • Lesões na pele, como feridas, machucados, queimaduras de sol ou outras de natureza física, química, elétrica, cirúrgica ou inflamatória
  • • Variações climáticas
  • • Fumo
  • • Consumo excessivo de álcool
  • • Medicamentos, como alguns prescritos para transtorno bipolar, pressão alta e malária
  • • Alterações bioquímicas, ou seja, do metabolismo de algumas substâncias na pele.

Fatores de risco

Histórico familiar

Talvez este seja o fator de risco mais significativo para psoríase. Quanto mais parentes diagnosticados com a doença o paciente tiver, mais chances de desenvolver a doença.

Infecção bacteriana ou viral

Pessoas com quadros constantes de infecção têm igualmente mais chances de serem diagnosticadas com a doença.

AIDS

Pessoas com AIDS ou portadoras do vírus HIV, que têm deficiência no sistema imunológico, também são mais propensas a desenvolver a psoríase.

Estresse

O estresse também pode impactar no sistema imunológico, favorecendo o surgimento de reações na pele e de doenças crônicas.

Obesidade

O excesso de peso facilita o desenvolvimento da doença e deixa a imunidade mais baixa.

Fumo

O uso do cigarro não só é um fator de risco para psoríase como também pode determinar o quão grave será a doença.

Sintomas de Psoríase

Os sintomas da psoríase variam de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem os seguintes:

  • • Lesões avermelhadas na pele, cobertas com uma camada brancoprateada e descamativa
  • • Pequenas manchas vermelhas
  • • Pele seca, com facilidade para sangramentos
  • • Unhas espessas e esfareladas, amareladas, descoladas e com furinhos na superfície
  • • Inchaço nas articulações
  • • Articulações rígidas e doloridas
  • • Placas e descamações no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.

Convivendo (prognóstico)

Psoríase tem cura?

Não há cura para psoríase; entretanto, é uma doença crônica que pode ser controlada com tratamento.

Vale a atenção, porque os sintomas podem desaparecer por algum tempo e depois retornar. Afinal, não é possível prever com certeza quando as crises irão se manifestar.

A psoríase passa por ciclos, aparentemente aleatórios, de melhora e piora dos sintomas. Hidratar a pele ajuda a aliviar os sintomas, mas a abordagem terapêutica precisa ser direcionada para cada tipo e intensidade do quadro de psoríase.

Os efeitos do tratamento também são diferentes de pessoa para pessoa. Algumas podem obter resultados com a primeira opção terapêutica, enquanto outras demoram mais para encontrar um tratamento eficaz.

A pele também pode ficar mais resistente com o passar do tempo, fazendo com que a mudança de doses ou abordagem seja inevitável.

Além disso, a maioria dos tratamentos pode apresentar efeitos colaterais significativos, então é importante conversar com o seu médico se surgirem novos sintomas ou caso aconteça mudanças na pele.

 

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