O tratamento do câncer de colo do útero é uma decisão complexa que depende de múltiplos fatores, sendo o estadiamento da doença o critério primordial.
Os aspectos como a localização do tumor, o tipo de câncer (células escamosas ou adenocarcinoma), a idade e a saúde geral da paciente, bem como o desejo de manter a fertilidade, também influenciam a escolha do tratamento mais adequado.
Entenda tudo a seguir!
Estágio 0 (Carcinoma In Situ)
O carcinoma in situ, considerado um estágio inicial do câncer, é comumente visto como um pré-câncer, uma vez que as células cancerosas estão restritas à camada superficial do colo do útero.
Esse tipo de câncer tem alta taxa de cura quando tratado adequadamente.
No entanto, o acompanhamento clínico após o tratamento é essencial, pois as alterações pré-cancerosas podem recidivar.
Tratamentos para carcinoma in situ incluem:
- Cirurgia a laser
- Cirurgia de excisão eletrocirúrgica em loop (LEEP/LEETZ)
- Conização a frio
- Histerectomia simples (em alguns casos)
Estágio IA (IA1 e IA2)
O estágio IA é subdividido em IA1 e IA2, e o tratamento depende de fatores como a preservação da fertilidade e a presença de invasão linfovascular.
Estágio IA1 (para mulheres que desejam preservar a fertilidade):
- Biópsia em cone: procedimento primário, com observação rigorosa para garantir a ausência de recidiva.
- Se células cancerígenas são encontradas nas margens do cone, pode-se optar por traquelectomia radical (remoção do colo do útero).
Estágio IA1 (para mulheres que não desejam manter a fertilidade):
- Histerectomia simples ou radical (dependendo da invasão linfovascular).
Estágio IA2
Neste estágio, as opções de tratamento variam com base no desejo da paciente de preservar a fertilidade.
Tratamentos para mulheres que querem manter a fertilidade:
- Biópsia em cone com remoção dos linfonodos pélvicos
- Traquelectomia radical com remoção dos linfonodos pélvicos
Tratamentos para mulheres que não desejam manter a fertilidade:
- Radioterapia externa combinada com braquiterapia
- Histerectomia radical com remoção dos linfonodos pélvicos e linfonodos para-aórticos (se indicado)
Estágios IB e IIA
Nos estágios IB e IIA, as opções de tratamento principais incluem cirurgia, radioterapia ou a combinação de radioterapia com quimioterapia (quimioirradiação).
Estágios IB1 e IIA1:
- Para mulheres que desejam preservar a fertilidade: Traquelectomia radical com remoção dos linfonodos pélvicos.
- Para mulheres que não desejam preservar a fertilidade: Histerectomia radical com remoção dos linfonodos pélvicos e, em alguns casos, linfonodos para-aórticos. Radioterapia pode ser considerada dependendo da extensão do tumor.
Estágios IB2 e IIA2:
- A combinação de quimioterapia com cisplatina e radioterapia, incluindo braquiterapia, é o tratamento padrão.
- Histerectomia radical com remoção dos linfonodos pélvicos e alguns linfonodos para-aórticos, com possibilidade de radioterapia pós-operatória.
Estágios IIB, III e IVA
Nestes estágios avançados, a combinação de quimioterapia e radioterapia (quimioirradiação) é o tratamento preferido.
A quimioterapia com cisplatina é frequentemente utilizada em associação com radioterapia de feixe externo e braquiterapia.
Estágio IVB
No estágio IVB, em que o câncer se espalhou para outros órgãos, o tratamento se torna paliativo, com foco na melhoria da qualidade de vida.
A radioterapia é usada para aliviar os sintomas, enquanto a quimioterapia pode ser administrada utilizando uma combinação de platina com medicamentos como paclitaxel, gemcitabina ou topotecano.
Terapias-alvo, omo o bevacizumab, também podem ser administradas juntamente com a quimioterapia.
Ensaios clínicos estão explorando novos tratamentos experimentais e combinações de medicamentos para esse estágio avançado.
Conclusão
Cada caso de câncer de colo do útero é único, e a escolha do tratamento dependerá de vários fatores individuais.
A consulta com uma equipe médica especializada é fundamental para determinar o tratamento mais eficaz e adequado para cada paciente, com base em suas necessidades e expectativas.