Colite ulcerativa: Fatores genéticos e autoimunes podem estar envolvidos no seu aparecimento
- por Oncocentro Curitiba
Colite ulcerativa inespecífica é uma das moléstias inflamatórias que acometem o intestino. Seus sintomas são semelhantes aos de outras inflamações do aparelho digestivo, incluindo principalmente diarreias.
Não se conhece a causa da colite ulcerativa, mas fatores genéticos e autoimunes estão envolvidos no seu aparecimento.
A inflamação da colite ulcerativa inespecífica é superficial, crônica e exuberante. Atinge exclusivamente a mucosa que reveste o intestino grosso e provoca lesões contínuas nas áreas em que se manifesta. A extensão e as características das lesões determinam a gravidade do quadro.
A colite ulcerativa pode ter manifestações extraintestinais como dores articulares, eritema nodoso, pioderma gangrenoso (feridas que vão ficando pretas, com infecção e pus, e exigem tratamento agressivo) e, mais raramente, alterações oculares e hepáticas.
Os principais sintomas são sangramento e diarreia com cólicas, sangue, muco e, eventualmente, com pus se houver infecção. As crises de diarreia são persistentes, ocorrem durante o dia e também à noite e de madrugada. Depois das refeições, o reflexo para evacuar é intenso. Por isso, muitos pacientes preferem não comer e acabam emagrecendo.
O diagnóstico é feito por via endoscópica. Outro exame importante é a colonoscopia que deixa ver todo o intestino grosso até sua junção com o intestino delgado.
Exames de sangue são úteis para detectar os seguintes distúrbios associados à colite ulcerativa inespecífica:
- Anemia e deficiência de ferro por causa do sangramento;
- Carência de albumina, proteína que se perde por causa da ferida no intestino e da produção intensa de muco.
Os exames de hemossedimentação e da proteína C-reativa ajudam a fechar o diagnóstico e o marcador sorológico ANCA auxilia nos casos em que o diagnóstico diferencial é necessário.
A colite ulcerativa pode evoluir para quadros graves, com sangramento volumoso de difícil controle. São casos são mais raros, que exigem internação hospitalar para repor sangue e introduzir medicação endovenosa.
Outra complicação é o megacólon tóxico, inflamação acompanhada de infecção grave que pode atingir a corrente sanguínea e causar septicemia.
A incidência de pancolite ou colite universal por tempo prolongado aumenta a probabilidade de câncer de intestino.
Segue algumas recomendações:
- Procure imediatamente assistência médica, se tiver sangramento intestinal ou crises persistentes de diarreia;
- Não coma alimentos que contenham fibras insolúveis (cascas de frutas, verduras, etc.) para não estimular o intestino e agravar as crises de diarreia;
- Reduza ao máximo a ingestão de condimentos picantes;
- Evite leite e derivados que podem aumentar a fermentação intestinal;
- Não beba bebidas fermentadas, como vinho, cerveja e champanhe.