Como saber se o tratamento está sendo efetivo?

por Oncocentro Curitiba

O primeiro passo é determinar os objetivos do tratamento. Num paciente que foi operado, teve todo o seu tumor ressecado, e vem para tratamento, o objetivo é obter a cura, ou seja, o maior tempo de vida possível e, de preferência, sem atividade de doença.

Nesses casos, denominados de tratamento adjuvante, não há doença detectável e por isso não é possível saber se o tratamento está dando certo ou não. Se ele der certo, nunca mais a doença irá retornar (recidiva) e nunca se saberá, ao certo, qual dos procedimentos que propiciou a cura.

Quando se faz o tratamento adjuvante, na verdade, nós só podemos descobrir que o tratamento falhou quando a doença recidiva, ou no próprio local, ou à distância (metástases).

A efetividade do tratamento não é medida por indivíduo, mas pela mediana dos resultados em uma população de pacientes, geralmente pela comparação com a história natural da doença ou com o tratamento padrão.

Um tratamento que tenha retardado a recidiva (aumentado o intervalo livre de doença) e prolongado o tempo de vida (sobrevida global) foi efetivo.

Alguns pacientes apresentam doença localmente avançada, sem a possibilidade de serem submetidos à cirurgia, ou passíveis apenas de intervenções muito mutiladoras. Nesses casos é possível empregar um tratamento quimioterápico e/ou radioterápico antes da intervenção cirúrgica. A finalidade desse tratamento é reduzir o tamanho do tumor ou o grau de infiltração, permitindo a cirurgia ou reduzindo seu grau de mutilação.

Esse tratamento, denominado "neoadjuvante” ou de "indução” é eficaz se conseguir resposta tumoral suficiente. Nesse caso, as respostas são avaliadas pelas dimensões e localização do tumor. Há vários critérios para avaliar a regressão na medida das lesões, o mais utilizado é o RECIST ou sua modificação. O sucesso é a realização da operação ou a preservação de órgão.

A falta de eficácia ocorre se o tumor crescer ou tornar-se mais infiltrativo durante a neo-adjuvância, algumas vezes até impossibilitando a cirurgia.

Por fim, a maioria dos pacientes apresenta-se com doença avançada, recidivada (que voltou) ou metastática (espalhada pelo corpo). Aqui também é preciso definir qual é o objetivo do tratamento. Em alguns casos podemos almejar um ganho no tempo de vida, ou um maior tempo até que a doença recaia, mas também podemos desejar o controle de sintomas, a qualidade de vida como um todo, etc.

É necessário definir-se muito claramente o objetivo do tratamento, pois é com base nisso que podemos determinar o sucesso ou falha ao mesmo. Se estivermos atingindo o objetivo proposto, o tratamento estará sendo efetivo.

Particularmente, nos casos em que o nosso objetivo é a redução do tamanho das lesões (resposta clínica e radiológica) podemos utilizar dados do exame físico ou resultados de exames de imagem. Existem vários critérios para definir as respostas pelos métodos de imagem, o mais comum deles é o RECIST (Response Evaluation Criteria In Solid Tumors – Critério de avaliação de respostas em tumores sólidos), mas esse não é o único método.

 

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