Endometriose e os benefícios da atividade física.
- por Oncocentro Curitiba
Cólica menstrual, dificuldade para engravidar, inchaço na barriga, cansaço crônico e desconforto ao urinar e durante as relações sexuais. Esses são alguns sintomas da endometriose, doença crônica que afeta 6,5 milhões de mulheres no Brasil e 176 milhões de mulheres em todo o mundo.
A enfermidade, embora não costume ser fatal, pode levar a sérios problemas de saúde, como lesões e inflamações entre os órgãos.
Endometriose e exercícios físicos
Em 2018, um estudo publicado no periódico Journal of Physical Therapy Science mostrou que a prática de atividade física pode reduzir os sintomas da endometriose, além de auxiliar nos problemas de postura causados pelas dores pélvicas. Isso ocorre porque, o exercício físico possui um efeito de proteção no que se refere a doenças inflamatórias.
O exercício físico regular parece ter efeitos protetores contra doenças que envolvem processos inflamatórios, pois induz um aumento nos níveis sistêmicos de citocinas, com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, além de atuar na redução dos níveis de estrogênio.
No caso de doenças crônicas como a endometriose, a prática esportiva se faz necessária para o gerenciamento de dores musculares. Com as dores crônicas, ocorrem as contraturas musculares e problemas de postura a longo prazo. O esporte ajuda no alongamento, na flexibilidade, no fortalecimento muscular e na melhora da postura, itens essenciais para o gerenciamento de dores crônicas.
Embora os exercícios físicos possam promover o alívio de sintomas da endometriose, a atividade mais indicada varia de acordo com o nível de dor apresentado pela mulher. Podem ser indicados os isométricos e aeróbicos para portadoras da doença.
Pode ser recomendo alongamentos no solo e também exercícios isométricos e aeróbicos. No caso de isométricos, a prática com boa frequência leva a uma estimulação do hormônio serotonina, aliviando as dores. Já o exercício aeróbico, em intensidade moderada a vigorosa, também consegue bons estímulos de produção do hormônio do prazer. O exercício físico, principalmente o aeróbico, age como modulador do desconforto através da produção de hormônios de prazer, como a endorfina, que funciona como analgésico natural.
Exercícios aeróbicos devem ser realizados de três a seis vezes por semana. Exemplos:
- Caminhada
- Corrida
- Dança
- Jump
Exercícios isométricos devem ser feitos de duas a três vezes por semana. Exemplos:
- Agachamento estático
- Prancha abdominal
- Wall Sit (sentar na parede)
Atenção: É importante, no entanto, ressaltar que nenhuma portadora da doença deve praticar exercícios sem acompanhamento profissional, especialmente porque cada caso possui sua particularidade.
Exercícios para dias de dor intensa
Em dias de dor intensa, o ideal é apostar em alongamentos no solo. Isso porque é comum que a mulher se encolha nesse período, o que resulta em contração muscular.
Alongamentos no solo são ideais para as mulheres relaxarem os músculos, pois geram uma sensação de alívio.
Confira três exercícios que podem ajudar a diminuir a intensidade da dor:
- Deite-se de barriga para cima, abrace as pernas e traga em direção ao peitoral. Conte até 10 e repita três vezes.
- Deitada, cruze as pernas e leve as mãos por trás do joelho. Traga a perna o máximo que conseguir para perto do peitoral. Segure por 10 segundos na posição e troque a perna. Repita três vezes.
- Deitada de barriga para cima, flexione os joelhos a 90° e projete a pelve para cima. Permaneça na posição por 10 segundos. Repita esse movimento três vezes.