Praticar exercícios é decisivo para amenizar sintomas típicos do Alzheimer
- por Oncocentro Curitiba
Estima-se que, no mundo, haja mais de 47 milhões de pessoas sofrendo com demência, e que mais de 50% delas tenham Alzheimer. Com o envelhecimento da população, a tendência é que esses números aumentem nos próximos anos.
A doença é alvo de pesquisas em todo o mundo. Um novo estudo apresentado na reunião anual da American Psychological Association reforçou o que trabalhos anteriores já têm ressaltado: que o exercício físico é um importante fator de proteção para a demência e, especialmente, para o Alzheimer. O novo estudo encontrou menos marcas associadas ao Alzheimer nos cérebros de idosos que praticam atividades físicas. Isso porque a proteína beta-amiloide, encontrada na membrana gordurosa que envolve as células nervosas, costuma formar placas ao redor dos neurônios de pacientes que sofrem com a doença, numa relação que ainda está sendo estudada. O que a pesquisa revela é que o exercício físico previne a formação dessas placas.
O que se sabe é que as pessoas que fazem atividades físicas estão mais protegidas do que as sedentárias. Isso não significa que quem faz exercícios não vai ter Alzheimer, mas sim que ele melhora suas chances de não ter.
A atividade física atua ainda no controle de problemas que afetam a saúde e, consequentemente, podem agravar os quadros de demência, como pressão arterial, colesterol, triglicerídeos e glicemia. O controle da pressão arterial é, inclusive, fundamental para retardar o surgimento da doença, segundo estudo do Instituto Nacional do Envelhecimento (National Institute on Aging), em Bethesda, Estados Unidos. Além disso, praticar exercícios é decisivo para amenizar sintomas típicos do Alzheimer, como depressão e ansiedade.
A atividade física ajuda muito porque controla tanto os fatores de risco quanto alguns dos sintomas neuropsiquiátricos. A depressão e a ansiedade são sintomas que já costumam aparecer no início da doença. O exercício também melhora o metabolismo e as funções cardiovasculares, o que aumenta a oxigenação cerebral. Indica-se a atividade física porque os benefícios são tanto para a saúde emocional quanto a física.
Veja a seguir os benefícios do exercício sobre o Alzheimer.
Função protetora dos neurônios: estudos indicam que quem faz atividade física previne o depósito da proteína beta-amilóide em torno das células nervosas;
Libera hormônios e substâncias como irisina, dopamina, endorfina e serotonina, que em conjunto protegem o cérebro e agem sobre a saúde mental;
Tem efeito benéfico contra sintomas da demência, como depressão e ansiedade;
Controla fatores de risco, como pressão arterial, glicemia, colesterol e triglicerídeos;
Melhora o metabolismo e as funções cardiovasculares, o que aumenta a oxigenação cerebral.
Confira quais exercícios podem ser indicados especialmente para idosos.
Caminhar cinco vezes por semana por meia hora é uma atividade altamente recomendada para qualquer pessoa, mas especialmente para idosos. Hidroginástica, natação, dança, musculação, corrida e outras atividades também são recomendadas.
O importante é achar um exercício de que a pessoa goste, senão vira castigo. O ideal é traçar estratégias individuais, de acordo com o interesse de cada um.
- Caminhada
- Corrida leve
- Musculação
- Hidroginástica
- Natação
- Dança
Para isso, recomenda-se que se faça um teste com um neuropsicólogo, que vai indicar que terapias e exercícios são indicados em cada caso. Nesse teste, avalia-se que questões estão mais comprometidas no paciente com Alzheimer. Entre as possibilidades, destacam-se sintomas como:
- Concentração;
- Atenção;
- Raciocínio;
- Memória, especialmente a de curto prazo;
- Tomada de decisão;
- Flexibilidade mental;
- Autocontrole.
Além da atividade física, é importante que haja atividades de estimulação cognitiva. Quando se faz uma caminhada ou corrida, por exemplo, muda-se de ambiente e coloca-se o cérebro, mais que as pernas, em movimento.
O ideal é a união de um tratamento não farmacológico, que inclui alimentação balanceada, exercícios e terapias que estimulem a cognição, com o tratamento farmacológico, com medicação para reduzir ou estabilizar, ao menos por um tempo, a progressão da doença.