O bem-estar pode ser tão fácil quanto um passeio no parque
- por Oncocentro Curitiba
Vida urbana e fadiga mental, uma dupla quase inseparável, concorda?
Se você associa seu estresse à agitação da cidade, um passeio no parque em contato com a natureza pode dar um jeito rápido nesse problema.
E falta de tempo não é desculpa. Apenas 20 minutos são suficientes para reduzir significativamente os níveis de estresse, segundo uma nova pesquisa publicada no periódico científico Frontiers in Psychology.
Cansado de ter que ficar constantemente alerta e consciente dos estímulos da correria cotidiana, o cérebro humano se recupera (e põe as ideias em ordem) ao percorrer um caminho repleto de árvores e estímulos naturais.
Não importa a hora do dia nem o local, o importante é procurar um lugar que lhe agrade e, ao seu ver, tenha “elementos naturais” suficientes para você contemplar. Pode ser o parque do bairro ou o jardim botânico da cidade.
Para o estudo, durante dois meses, 36 moradores urbanos foram solicitados a entrar em contato com a natureza pelo menos três vezes por semana por um período de 10 minutos ou mais.
A pesquisa é inédita na medida em que os participantes tinham liberdade para escolher a hora do dia (desde que à luz do dia) e o local em resposta à preferência pessoal e à sua agenda diária. Para a prática, o participante poderia se manter sentado ou realizar uma leve caminhada.
Algumas condições foram impostas para reduzir interferências externas, como evitar exercícios aeróbicos durante a atividade e o uso de mídia social, internet, telefone, conversas e leitura.
Os pesquisadores analisaram os níveis dos hormônios do estresse a partir de amostras de saliva coletadas antes e depois das experiências.
Eles descobriram que apenas vinte minutos de contato com o “verde” foram suficientes para reduzir significativamente os níveis de cortisol, hormônio diretamente envolvido na resposta ao estresse.
Melhor ainda, acima de 30 minutos de exposição, os níveis de cortisol caíram a um ritmo maior. Passado esse tempo, o corpo continua a desestressar, mas de forma mais lenta, segundo o estudo.
Os resultados dão relevância prática à pesquisa, ao ajudar profissionais da saúde a recomendarem experiências de contato com a natureza para seus pacientes com base em parâmetros científicos.
A chamada “pílula natural” já vem sendo utilizada em algumas aplicações de medicina preventiva, em meio à expansão da urbanização e do aumento dos custos com saúde.