Quão hereditário é o Câncer de Próstata?
- por Oncocentro Curitiba
Através de pesquisa a Oncocentro Curitiba constatou que na Europa e nos Estados Unidos um homem com um parente com câncer de próstata é orientado a iniciar a coleta de PSA aos 40 anos.
Esta recomendação é feita baseada na observação de que homens com história familiar da doença teriam um risco aumentado. Todavia algumas entidades apontam que o rastreamento pode aumentar o número de diagnósticos de tumores de muito baixo risco. E isso poderia aumentar o número de tratamentos desnecessários.
Para testar esta ideia, pesquisadores suecos avaliaram mais de 50 mil irmãos dos mais de 30 mil pacientes com casos de tumores prostáticos malignos registrados no sistema nacional. Na Suécia a notificação desse câncer é obrigatória por lei, o que faz os dados deste estudo serem bastante confiáveis.
O objetivo principal era avaliar tumores que não eram de baixo risco, ou seja, tumores mais agressivos. A título de definição os tumores de interesse do estudo deveriam ter pelo menos uma das seguintes características:
– Tumor que se estende além da cápsula que envolve a próstata;
– PSA maior que 10;
– Pontuação de Gleason maior que 6 (a escala de Gleason vai até 10 e quanto maior mais indiferenciado e agressivo é o tumor);
– Presença de tumor nos linfonodos (as famosas ínguas) próximos a próstata;
– Presença de tumor em outros órgãos além da próstata.
Os resultados foram de encontro com as orientações americanas e europeias:
– Aos 65 anos: o risco da população sueca em geral de ter um câncer de próstata é de 4,8% e o risco de um câncer agressivo é de 1,4%. Para homens com um irmão afetado o risco de qualquer câncer de próstata é de 14,9% e de 3% para um câncer agressivo;
– Aos 75 anos: o risco da população sueca em geral de ter um câncer de próstata é de 12,9% e o risco de um câncer agressivo é de 5,2%. Para homens com um irmão afetado o risco de qualquer câncer de próstata é de 30,3% e de 8,9% para um câncer agressivo;
Além disso, o risco se mostrou maior quanto mais frequente era o tumor na família. Estes dados reforçam a ideia de um controle mais precoce em homens que tenham parentes com câncer de próstata.