Se prevenindo do Alzheimer
- por Oncocentro Curitiba
Pode soar estranho pensar que uma criança que frequenta a escola está se prevenindo do Alzheimer, doença que provoca a deterioração das funções cerebrais.
Mas estudar e fazer trabalhar o cérebro por muitos anos de preferência por toda a vida ajuda a evitar demências, ou seja, desordens cerebrais que afetam a memória, pensamento, comportamento e emoções.
A prevenção das demências não deve começar na velhice, mas desde a infância. É preciso mudar a nossa forma de pensar a saúde do cérebro.
Está ao alcance da maioria das pessoas ter hábitos que reduzam o risco de ter Alzheimer e outras demências, embora alguns casos tenham fatores genéticos envolvidos. No ano passado, um grupo de pesquisadores divulgou um estudo na prestigiada revista médica The Lancet com uma lista de fatores de risco que, se modificados, têm o potencial de diminuir em 40% as demências. Estão nessa lista o consumo excessivo de álcool, o tabagismo, traumatismo craniano, perda auditiva e exposição à poluição do ar.
Cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem de demência atualmente, sendo que a maioria deles tem Alzheimer, concluiu uma pesquisa divulgada em abril, realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Universidade de Queensland, da Austrália. A estimativa é que esse número se quadruplique em 30 anos.
Origem genética ou não
Quando o Alzheimer acontece antes dos 65 anos, geralmente tem origem genética. Nesses casos, não é possível evitar a doença, mas dá para prevenir sua manifestação com hábitos de vida que protejam o cérebro.
Nos casos de “Alzheimer de início tardio”, que ocorrem geralmente após os 65 anos, há diversos fatores que podem causar a doença, o que significa que há maior chance de prevenção.
Dicas para prevenção
Estimular o raciocínio é apenas uma das possibilidades de prevenção do Alzheimer e outras demências. Veja a seguir as principais recomendações na prevenção da doença neurodegenerativa:
- Estude sempre: Quanto mais você estuda, menor será a sua chance de ter uma demência no futuro. Por isso, a importância de oferecer educação de qualidade também como base para uma melhor saúde pública. Poucos anos de escolaridade já proporcionam uma proteção. Ter uma ‘reserva cognitiva’, que é como uma “poupança do estudo”, é muito importante.
- Cuide da sua audição: A perda auditiva ao longo da vida pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de demências. Se você não escuta bem, recebe menos inputs, que são estímulos para o cérebro. Por isso, recomenda-se cuidados com a saúde auditiva, como o uso de proteção no caso de exposição a ruídos contínuos e altos decibéis. Ao notar redução da audição, é indicado fazer um check-up e, se necessário, usar um aparelho auditivo para escutar bem.
- Abandone vícios como álcool, cigarro e drogas: Bebidas alcoólicas, tabagismo e consumo de drogas podem causar Alzheimer, assim como agravar os sintomas de quem já tem a doença. O ideal, para quem já diagnosticou a doença, é não consumir álcool e cigarro.
- Proteja a cabeça: Traumatismos cranianos podem ser causadores de demências, enfrentadas por muitos lutadores de boxe ou jogadores de futebol americano ou pessoas que sofreram acidentes de carro, por exemplo. Portanto, proteja a cabeça de impactos e use capacete quando for andar de skate, patins ou bicicleta.
- Pratique exercícios físicos: Mexer o corpo ao longo de toda a vida é recomendação para evitar o Alzheimer e outras demências.
- Cuide da saúde cardiovascular: A pressão alta ou hipertensão arterial, ao longo da vida, é danosa para a saúde, inclusive a do cérebro. No relatório de 2020 do periódico médico The Lancet, que divulgou os fatores de riscos para a demência, o medicamento para hipertensão é considerado o único preventivo conhecido para a demência.
- Fuja da poluição e do fumo passivo: Quem vive nos grandes centros urbanos terá dificuldade de reduzir esse fator de risco, mas a poluição do ar pode ser um causador de demências, especialmente para os idosos. A fumaça do cigarro também é nociva à saúde do cérebro, mesmo que de forma indireta.
- Alimente-se bem: As recomendações que valem para a saúde como um todo se repetem aqui. Ter uma dieta natural e balanceada, que evite gorduras e açúcares em excesso, é válida para melhorar a saúde de qualquer pessoa.
- Tenha um hobby e mantenha uma vida social ativa: Mesmo que você não queira frequentar escolas ou cursos, busque desafios intelectuais do seu agrado. Vale aquilo que você gosta: trabalhar com artesanato, manter uma atividade na comunidade, pintar. É superimportante estar ativo mentalmente, aprendendo coisas novas.
Ter uma vida social ativa, em contato com amigos e familiares, favorece a saúde do cérebro. Há pesquisas que mostram que quem tem um propósito de vida, que se preocupa com os outros e tem pessoas que dependem dela têm menos chance de desenvolver Alzheimer.
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