por Oncocentro Curitiba

A cirurgia é geralmente o tratamento inicial para os tumores de cólon que não se disseminaram para outros órgãos, podendo também ser administrada quimioterapia adjuvante. A maioria dos tratamentos adjuvantes é administrado durante cerca de 6 meses.

Confira quais são os estágios e tratamentos sobre o câncer de cólon.

Estágio 0

Se a doença não se desenvolveu além do revestimento interno do cólon, o tratamento é cirúrgico. Na maioria dos casos é realizada por polipectomia (remoção do pólipo) ou excisão local através de um colonoscópio. A ressecção de parte do cólon (colectomia parcial) pode ser necessária se o tumor for muito grande para ser removido por excisão local.

Estágio 1

Nesse estágio, o tumor se desenvolveu através de várias camadas do cólon, mas não se espalhou para além da parede do órgão ou para os linfonodos adjacentes.

O estágio I inclui os tumores anexados ao pólipo. Se o pólipo for removido completamente durante a colonoscopia, sem células cancerígenas nas margens da amostra removida, não será necessário qualquer tratamento adicional.

Se o tumor contido no pólipo for de alto grau ou existirem células cancerígenas nas margens do pólipo, é indicada cirurgia complementar. Também podem ser indicadas mais cirurgias se o pólipo não puder ser removido completamente ou se tiver que ser removido em várias partes, dificultando a visualização caso as células cancerígenas estejam nas margens.

Para tumores sem pólipos, a colectomia parcial, cirurgia para retirada da parte do cólon que tem a doença e os linfonodos próximos, é o tratamento padrão. Não há necessidade de qualquer terapia adicional.

Estágio 2

Muitos dos tumores neste estágio se desenvolveram através da parede do cólon e podem ter invadido o tecido adjacente, porém eles ainda não se disseminaram para os gânglios linfáticos.

A colectomia parcial pode ser o único tratamento necessário. Mas a quimioterapia adjuvante pode ser recomendada se existir um risco grande de recidiva em função de alguns fatores, como:

  • • Tumor em estágio avançado.
  • • A doença se espalhou para os órgãos adjacentes.
  • • Não foi possível a retirada de pelo menos 12 gânglios linfáticos.
  • • Foi encontrada doença além das margens cirúrgicas.
  • • O tumor estava obstruindo o cólon.
  • • O tumor causou uma perfuração na parede do cólon.

O médico também pode testar o tumor para alterações genéticas específicas, como MSI ou MMR, para decidir se a quimioterapia adjuvante seria útil.

É importante discutir os prós e contras da quimioterapia com seu médico, inclusive o quanto isso pode reduzir o risco da recidiva e os possíveis efeitos colaterais.

Estágio 3

Neste estágio, o tumor se disseminou para os linfonodos próximos, mas ainda não se espalhou para outros órgãos.

A cirurgia (colectomia parcial) e quimioterapia adjuvante é o tratamento padrão nestes casos.

Para a quimioterapia, os esquemas quimioterápicos FOLFOX (5-FU, leucovorina e oxaliplatina) ou CapeOx (capecitabina e oxaliplatina) são usados ​​com mais frequência, mas alguns pacientes podem, em função da idade e estado geral de saúde, receber o 5-FU com leucovorina ou capecitabina.

Para pacientes com câncer de cólon avançado que não pode ser removido por cirurgia, é indicada a quimioterapia neoadjuvante junto com a radioterapia (quimiorradiação) para reduzir o tamanho do tumor e posterior retirada cirúrgica. Para cânceres avançados já removidos cirurgicamente, mas que foram encontrados aderências a órgãos próximos ou margens positivas é indicada a radioterapia adjuvante. Para os pacientes sem condições físicas para realizar uma cirurgia, a radioterapia ou quimioterapia podem ser boas opções de tratamento.

Estágio 4

Neste estágio, o tumor já se disseminou para outros órgãos e tecidos. Na maioria das vezes, o câncer de cólon se espalha para o fígado, mas também pode se disseminar para outros órgãos como pulmões, cérebro, peritônio ou gânglios linfáticos distantes.

Na maioria dos casos, é improvável curar a doença com a cirurgia. No entanto, se existirem apenas pequenas áreas de disseminação da doença no fígado ou pulmões, essas podem ser completamente removidas junto com o tumor do cólon. Nestes casos, a químio é administrada após a cirurgia. Em alguns casos, se a doença se disseminou para o fígado é realizada a infusão através da artéria hepática.

Se as metástases não podem ser removidas cirurgicamente, por causa do tamanho ou da quantidade, a quimioterapia pode ser realizada com o objetivo de reduzir os tumores antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante). Outra opção pode ser a destruição dos tumores com ablação ou embolização.

Se a doença estiver muito disseminada, a quimioterapia é o tratamento principal. A cirurgia pode ser necessária se o tumor estiver bloqueando o cólon ou para evitar a obstrução do mesmo. Às vezes, a cirurgia pode ser evitada colocando-se um stent no cólon durante uma colonoscopia para mantê-lo aberto. Caso contrário, podem ser realizados outros procedimentos, como uma colectomia ou colostomia.

No caso da cirurgia ser indicada, é importante entender o objetivo desse procedimento, se é para tentar curar a doença, ou prevenir ou aliviar os sintomas.

A maioria dos pacientes com câncer de cólon estágio IV receberá tratamento quimioterápico ou terapia-alvo para controlar a doença. Alguns dos esquemas mais comumente utilizados incluem:

  • • FOLFOX: leucovorina, 5-FU e oxaliplatina.
  • • Folfiri: leucovorina, 5 - FU e irinotecano.
  • • CapeOX ou CAPOX: capecitabina e oxaliplatina.
  • • FOLFOXIRI: leucovorina, 5-FU, oxaliplatina e irinotecano.
  • • Qualquer uma das combinações acima, mais um medicamento que tenha como alvo o VEGF (bevacizumabe, ziv-aflibercept ou ramucirumabe), ou um medicamento que tenha como alvo o EGFR (cetuximabe ou panitumumabe).
  • • 5-FU e leucovorina, com ou sem terapia-alvo.
  • • Capecitabina, com ou sem terapia-alvo.
  • • Irinotecano, com ou sem terapia-alvo.
  • • Trifluridina e tipiracil.

A escolha do esquema de tratamento pode depender de vários fatores, como tratamentos anteriores realizados e estado de saúde geral do paciente. Se um destes esquemas já não é eficaz, outro pode ser administrado.

Para pacientes com determinadas alterações genéticas nos genes MMR, outra opção após a quimioterapia inicial é o tratamento com imunoterapia, como o pembrolizumab ou nivolumabe.

Para canceres avançados, a radioterapia também pode ser administrada ​​para prevenir ou aliviar sintomas, como a dor. Embora possa reduzir o tamanho do tumor durante um tempo, é muito pouco provável que resulte na cura. Se a radioterapia for indicada, é importante se entender o objetivo do tratamento.

Recidiva

Recidiva significa que o câncer voltou após o tratamento. A recidiva pode ser local ou pode afetar outros órgãos.

Se a recidiva for local, a cirurgia, às vezes seguida por quimioterapia, pode aumentar a sobrevida ou até mesmo ser curativa. Se o tumor não pode ser removido cirurgicamente, o tratamento será iniciado com quimioterapia. Se o tumor diminuir de tamanho, pode ser realizada a cirurgia, seguida de quimioterapia.

Se a doença recidivou em outro órgão, o local mais provável é o fígado. Em alguns casos, a cirurgia pode ser uma opção de tratamento. As técnicas de ablação ou embolização também podem ser uma opção para tratar alguns tumores hepáticos.

Se a doença estiver muito generalizada para ser feita a cirurgia, podem ser realizados tratamentos com quimioterapia ou terapia-alvo. Os esquemas de tratamento são os mesmos utilizados para a doença em estágio IV.

Para os pacientes cujos tumores são diagnosticadas determinadas alterações genéticas, outra opção pode ser o tratamento com imunoterapia.

As opções dependem de quais tratamentos já foram realizados anteriormente, do tempo passado desde esses tratamentos, bem como o estado geral de saúde do paciente. Entretanto, a cirurgia pode ainda ser necessária em algum momento em caso de obstrução do cólon e evitar outras complicações locais. A radioterapia também pode ser uma opção para aliviar sintomas.

Muitas vezes, esses cânceres podem ser difíceis de tratar, de modo que deve ser considerada a possibilidade de participar de um estudo clínico.

 

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